É um futuro mortificado que esquecemos
E muitas vezes me digo que o bem se apagou.
Que o mundo em que vivemos se destroi!
Quando por vezes um pássaro morre e recolhe as suas asas é
uma criança morta sem motivo.
O mundo é assassino e de fé tão fraca.
Será ainda possivel acreditar no horizonte?
num mundo onde o dinheiro e a guerra são os Reis?
O egoismo é um sentimento banal.
A dor e o horror são banidos pela lei.
A beleza torna-se anormal.
Se a morte se revela como sendo um profundo suspiro
a vida não é mais que uma mera ilusão.
Se um crime é comentado com risos
a vida já não é feita de emoções;
É o ser humano ainda de pé quem criou todos estes não-direitos!
Quando o ser humano dá um grande passo em frente
a humanidade perde todos os seus direitos.
Já não há nada que seja direito!
O prazer de matar é a felicidade de bater.
O ser humano não é mais que um ser desumano!
A alegria é o gosto pelo sangue derramado,
Depois de tudo, massacrar é humano.
Já passei o estado de ficar surpreendido
Quando vejo que a vida não é mais quer a morte.
Os sentimentos congelaram-se enfim,
E sei porque gritas tão alto.
Eu também grito na esperança que alguém me oiça
Berrei, chorei, mas os homens não entendem
E ninguem ouve, as estrelas penduram-se.
As esperanças estão perdidas, mas a minha voz não para
Quando o desumano está entre nós a vida desmorona-se.
O ser humano é um anjo louco
Que destroi a vida que constrói
E assim a vida se vai...
