A Suíça é um Estado Federal desde 1848. A nova Constituição de 1999, não influenciou nenhuma mudança notória no sistema político helvético. Garante a soberania de cada cantão e a separação entre poderes federais e cantonais. Defende a aplicação total dos Direitos Humanos, da dignidade humana e proíbe a pena de morte.
A hierarquia política
A Suíça, apesar de ser um estado de pouca extensão, possui um sistema político bastante complexo, semelhante aos sistemas federais dos restantes países do mundo. A Constituição Federal da Suíça define o país como um Estado Federal composto por 26 cantões em que cada cantão tem a sua autonomia político-económica. A hierarquia política da Suíça é constituída da seguinte maneira:
Em primeiro lugar está o sistema Federal;
Em segundo, o cantonal.
Em terceiro, o sistema comunal.
O sistema federal (ou Governo Central) vela pelas relações políticas com o exterior, a economia nacional, as Forças Armadas, os estatutos sobre as medidas internacionais como o peso e a altura, os caminhos-de-ferro (conhecidos como "Chemins-de-Fer Fédéraux", CFF), entre outros. Já o poder cantonal tem a sua própria polícia, tem o seu sistema de saúde e educação e até tem estatuto oficial perante a religião. No cantão de Valis a religião oficial é a Católica enquanto que, no cantão de Vaud, a religião é o Protestantismo.
O governo
O Governo da Suíça é constituído por um Conselho Federal (executivo) eleitos indiretamente pelas duas alas reunidas, o Conselho Nacional e o Conselho dos Estados, que reunidas formam o parlamento suíço, a Assembleia Federal (Bundesversammlung).
O Conselho Nacional (semelhante ao Parlamento Português) é constituído por duzentos lugares. Os seus deputados são eleitos por um período de quatro anos através de um complexo sistema de representação proporcional. O Conselho dos Estados (semelhante ao senado norte-americano) é constituído por 46 lugares. Os cantões enviam dois representantes e os semi-cantões enviam um. Os representantes de cada cantão são eleitos pela população do respectivo cantão e o sistema de voto difere de um para outro lado, visto que cada um deles tem as suas próprias regras.
As duas casas do parlamento discutem as leis formadas, mas separadamente. Quando não se entendem, as leis têm que ser alteradas.
O Conselho Federal, Governo Federal ou Administração Federal (Conseil Fédéral, Bundesrat, Consiglio Federale, Cussegl federal, em francês, alemão, italiano e romanche, respectivamente) é constituído por sete lugares. Cada membro tem direitos equivalentes e representa uma parte do Conselho Federal. Cada membro pode ser reeleito e não existe um limite máximo de mandatos. As pastas que constituem o Conselho são: Assuntos Internos; Negócios Estrangeiros; Energia, Tráfego Ambiente e Comunicações; Economia; Finanças; Justiça e Política; e Defesa, Protecção e Desporto. Todas as decisões federais, ou a aplicar a nível federal, são tomadas no Palácio Federal em Berna.
O Tribunal Federal é a organização primária do sistema judicial na Suíça, sediado em Lausanne. A sua função é proteger as leis Suíças contra posições arbitrárias que possam prejudicar os cidadãos e seus direitos. Não existe uma corte constitucional.
O presidente
A Suíça não tem um presidente de Estado como, por exemplo, em Portugal o Presidente da República.
Existe uma pessoa que é eleita pelos sete conselheiros federais por um período de um ano. O presidente, com estatuto primus inter pares (ou seja, primeiro entre iguais) tem poderes muito limitados. No dia 1 de Janeiro de cada ano e, no feriado nacional do dia 1 de Agosto dirige-se à população através de comunicações pela televisão e representa a Suíça em acontecimentos internacionais. Porém, em termos efectivos, cada membro do Conselho Federal tem mais poder que o próprio presidente federal. Além desses poderes, o presidente pode ter uma última palavra em caso de empate nas diversas votações que possam ocorrer quer no Conselho Federal ou nas duas alas políticas. Democracia directa
O Landsgemeinde é uma velha forma de democracia direta sendo ainda praticado em dois cantões suíços.
Para que toda a população possa participar na vida política, a Suíça tem um sistema único no Mundo de democracia directa. É muito frequente a realização de referendos, quer a nível federal, quer a nível cantonal. Além do mais, os resultados de um referendo federal não implicam a obediência de uma lei referendada por um cantão que tenha votado contra. Por exemplo: se um cantão votar contra uma lei e em todos os outros cantões fora aceite, essa lei não entra no cantão que tenha votado efectivamente contra. Já em relação aos assuntos externos, é necessário haver a aprovação de todos os cantões como no caso da adesão da Suíça à União Europeia. Para a realização de um referendo nacional com o objectivo de alterar uma lei na Constituição Federal, é necessário que haja cem mil assinaturas a pedir salvo se for um referendo pedido pelo Governo Federal ou por cada um dos cantões.
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